- Área: 105 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Jose Hevia
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Fabricantes: Acor, Neolith, Saloni, Technal
Unir, realocar e equipar.
Situada no subsolo de um edifício residencial dos anos 60, em Tarragona, está a proposta de reforma de uma residência que estava dividida, em relação ao programa, em quatro dormitórios, uma sala/copa e um banheiro (estes dois últimos elementos de pequenas dimensões levando em conta os 87 metros quadrados de área útil da planta).
Uma vez analisada a morfologia da residência existente foi detectado que, ainda que a sala esteja comunicada com a varanda, esta era pequena, enquanto a sala de estar e cozinha possuíam um espaço que gerava um corredor que consumia área em detrimento da própria sala de estar, cozinha e banheiro. De forma análoga, os pátios internos existentes na edificação não iluminam adequadamente os cômodos por conta do estado dos elementos de madeira e da distribuição original da casa.
O programa solicitado pelo cliente constava de sala de estar, sala de jantar, cozinha, dois dormitórios, um estúdio, um banheiro, um espaço de limpeza multiuso e um espaço de armazenamento. Depois de ter sido feita a análise da morfologia existente, optou-se por fazer intervenções mínimas com o objetivo de unificar os espaços e criar uma ampla área de uso diário, minimizando o corredor de acesso. Dessa forma, acabou-se gerando um grande espaço fluido e mutável que faz da residência um espaço fácil de habitar e onde área de uso cotidiano se transforma em um espaço luminoso e amplo, que aproveita ao máximo a geometria existente para assumir os usos de cozinha, sala de estar e sala de jantar.
Ao mesmo tempo, o corredor reduzido vincula espacialmente esta área com o estúdio, criando uma maior amplitude visual e fornecendo luz para a nova estratégia longitudinal com que a casa se relaciona, agora, com o exterior. Por conta disso, a varanda permite um percurso contínuo sem barreiras visuais até os dois dormitórios com vistas, que foram mantidos em suas posições originais.
Unificados os espaços, se realoca o banheiro onde estava a cozinha e se implanta o espaço de limpeza polivalente onde estava o banheiro, enfatizando o contato entre os ambientes resultantes com os pátios internos existentes. A residência resultante contem uma área de uso cotidiano singular, criando uma sensação espacial maior, sendo este o espaço habitável principal de troca e vivências dos usuários, potencializado pela nova situação da ampla varanda anexa.
Em termos de equipamentos da residência, criou-se dois elementos móveis: um para a cozinha, sala de estar e sala de jantar, e outro para o estúdio, de forma integrada, potencializando os espaços que compõem. Em relação à materialidade final propôs-se que ela gerasse uma residência acolhedora, agradável - que contemple o conceito hygge dinamarquês-, por meio de um pavimento com textura em pedra que compreende toda a extensão da casa, e o uso de cores neutras e madeiras para o restante dos revestimentos.